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Versos Tecidos com fios d'água

Versos tecidos com fios d'água marca a estreia literária de Cassiano Figueiredo, graduado em Letras-Inglês e ativo nos circuitos literários do Rio de Janeiro. A coletânea de poesias escritas durante o período de 2019 a 2023 convida os leitores a submergir em sabores, odores, amores e angústias. Cada poesia, de modo particular, evoca os elementos que são fundamentais para a constituição da pessoalidade e dos versos como fundamento da ação, da vida. Por meio de sua poética, Cassiano produz análises psicológicas, sociais e artísticas. Atento ao que circula, tece suas águas de modo consistente, agradável e sincero. As poesias são recheadas de referências artísticas, que são gotas fertilizantes, capazes de promover vida ao texto. Este livro é um manancial para as almas que desejam e querem seguir desejando durante toda a sua vida.
Cassiano figueiredo
autor

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Conheça a mente por trás da obra

Trechos do Livro

nota de auto esclarecimento

venho aqui
teço palavras
para lembrar o que sinto de verdade.
tenho vontade de falar, mas não consigo
não tenho coragem.
aqui, teço com sangue, artérias e pulsações
a cada batida eu teço uma palavra
e por que escrevo?
escrevo porque pensamentos detonam a mente
palavras pulsam pela garganta
então as transfiro para os versos.
uma garganta imaginária
nem sequer digo uma palavra
escrevo para evitar qualquer remorso:
não anular os sentimentos
não mentir para mim mesmo.
junto as palavras que vêm na mente,
assim elas não fogem.
se eu piscar, elas se vão…
mas nem sempre o que vem na mente presta
por isso, escrevo até o que não presta.
talvez não preste naquele momento
e nem para você que está lendo.
depois, pode ser que alguém se sinta naquele lugar,
que não prestou pra mim nem pra você.
sim, acabo sendo repetitivo, né?minha escrita é muito repetitiva
repetitiva demais, ela…
se eu não a controlar, não faz sentido algum
dessa maneira, não prestará nem para mim.

de(talhar) com sutileza

o ato de tornar os detalhes
em grandes momentos é um dom.
veja que pode reviver
sentir o sabor
o cheiro, o toque
quando rememora o detalhe.
ele é sutil,
mas tem uma força esmagadora.
realiza.
não é preciso ter muito
para que os detalhes sejam marcantes
basta talhar com sutileza.

felicidade

ser feliz incomoda
tedioso a quem não gosta
não entende
só esnoba


ser feliz causa espanto
por não permanecer na mesmice
não viver o que foi programado
e, sim, o que havia sonhado


ser feliz causa impacto:
boom!  e x p l o d e  felicidade.
sujo seu rosto com toda minha satisfação
e ofusco o desprezo estampado


ser feliz é querer ser
é esquecer o passado
deixar tudo que foi de errado
e seguir calado [só fale o necessário]


ser feliz é viver intensamente
viver os momentos presente
e logo depois, o que vem pela frente
seja lá o que for, enfrente com unhas e dentes

 

ser feliz é ser você mesmo
sorrir, chorar de felicidade, gritar de alegria
vivendo com ou sem uma companhia
o que basta é estar bem consigo mesmo


ser feliz é muito mais
desistir jamais de ser
fazer o que nunca fez,
mas que sempre teve vontade
ser feliz é uma eternidade
vá, e seja de verdade.

poetizando I

o que eu sinto não cabe em mim
escorre pelo meu corpo
deságua nos rios
rola pelas pedras
cria espumas brancas
e desemboca no mar.
mergulho em águas profundas e transparentes
evito águas barrentas e rasas
ah, o (a)mar…
me permite mergulhar em águas profundas
límpidas e aconchegantes.
não é sobre ser dependente,
mas, sim, querer somar.
é uma tarefa difícil desvincular o que se laçou
não são nós que machucam
é um vínculo entre almas
que se respeitam
se entendem e querem se entender mais.
te quero bem, meu bem.
cuidar das suas feridas
e você cuidar das minhas
eu flutuo alto quando rememoro
os nossos momentos juntos
você me marcou na alma tão profundo…
o que vivemos transborda
o meu peito de tanta felicidade
quero te levar naquelas águas límpidas, sabe?
mergulhar de cabeça.

embaixo d’água

“plantei flor e brotou
a vida está na água rapaz”.
mulher inundada, eu sou
qualquer semente
aqui brota
vivo embaixo d’água
ando por suas terras secas,
que me importo em regar
por amor
por mim.
cubro-me somente de pele
a de meu próprio corpo
o resto é água que escorre
e inunda os lugares secos por onde passo.
“se há deserto em seu coração”
com meu toque vira lama
e faço vasos de amor.
a vida está em mim, rapaz.
na calada da noite, você deita
sobre meus seios fartos.
neles há o gozo da vida:
o leite puro incolor,
que lhe rega durante toda a noite.
não se nega água a ninguém,
tampouco o amor
[a menos que não me mereça]
são coisas que transbordam aqui
sem nenhum esforço. 

você nada em mim
mergulha em meu coração
atravessa minha pele preta
enquanto eu ando em você.
faço vasos inquebráveis
quando estou embaixo d’água
penso em nós
no castelo que podemos construir
em uma mistura de água e lama.
penso nas sementes,
nas flores
que brotam sem esforço algum.
penso nos vasos de amor
vasos decoradores com as flores
vasos que brotam água
[estou em todos os lugares]
penso em nós dois debaixo d’água
misturados e transbordados
inundando os lugares.
você,
grão de areia em águas abundantes
lama que dissolve em mim mesma.
seremos aquosos,
brotaremos juntos
inúmeras flores para enfeitar
nosso castelo
nossos vasos, nossas águas.
a vida está em mim, rapaz.

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